Gato da Sorte Maneki-nekô



Maneki-nekô
Hoje difundido em diversos países, o Maneki-nekô é um amuleto japonês particularmente apreciado por comerciantes e escritórios de negócios. "Maneki" significa "acenar" ou "convidar" e "neko" significa "gato". Segundo a crença, esse gatinho atrai fregueses e, consequentemente, traz prosperidade nos negócios e na vida pessoal.
Existem diferentes lendas sobre a origem do maneki-nekô, mas duas são mais divulgadas:
Uma delas conta que, por volta de 1615, em Setagaya, havia o Templo Gotokuji, na época, um local pobre e em decadência. Viviam ali um monge e seu animal de estimação, uma gatinha de nome Tama. Solitário, o monge estava sempre a lamentar a penúria em que viviam e um dia, disse à gata que ela deveria ajudá-lo ao invés de ficar dormindo.
Ia passando pela região um nobre guerreiro, que viveu de 1590 a 1659, chamado Ii Naotaka. O guerreiro voltava de uma batalha, quando foi surpreendido por uma chuva e abrigou-se debaixo de uma árvore, próximo ao Templo Gotokuji. Esperando a chuva passar sob a árvore, Naotaka olhava para o templo, quando viu um gatinho sentado que acenava para ele. Encantado pela habilidade do bichinho, o samurai decidiu vê-lo de perto. Saiu de baixo da árvore e começou a caminhar em direção ao templo.
Nesse momento um raio caiu sobre a árvore, bem no ponto em que Naotaka estivera abrigado. O guerreiro imediatamente percebeu que o gesto do gatinho salvara sua vida e entrou no templo para rezar em agradecimento.
Quando viu o estado de ruína em que se encontrava o templo, Naotaka doou todo o dinheiro que trazia consigo e disse ao monge que Buda usaria aquele dinheiro com sabedoria.
Depois disso, Naotaka passou a freqüentar o Gotokuji e o local passou a ser o templo oficial da Família Naotaka, atraindo todas as pessoas do feudo e tornando-se com isso um local próspero.
Em homenagem a gatinha Tama, que salvara a vida do nobre samurai e com isso mudara a sorte do templo, foi esculpida uma estátua da gata com a patinha a acenar. Faziam-se miniaturas da estátua, que eram distribuídas no Templo Gotokuji como lembrança; estas ganharam valor de amuleto e passaram à posteridade com o nome de Maneki-nekô e a fama de trazerem sorte.
A outra lenda, também bastante conhecida, data do mesmo período, meados da Era Edo (1615~1868). Conta essa lenda que no bairro de Imado, em Edo (hoje Tóquio), uma velha senhora tinha um gato de estimação.
A velhinha estava vivendo em péssima situação financeira, porque não conseguia arranjar um trabalho que garantisse o seu sustento, devido à idade avançada.
Chegou um dia em que, já não tendo alternativa, a velhinha disse ao gato:
– É com o coração partido que terei de abandonar você. Devido à minha condição de extrema pobreza, não tenho como continuar lhe alimentando.
Depois, com lágrimas nos olhos e a barriga roncando, a velhinha foi dormir. Em seu sonho, o gato apareceu e disse:
– Molde minha imagem em barro, que trará muita sorte a você.
Quando acordou, ela resolveu fazer a estatueta do gato, conforme o sonho havia sugerido. Enquanto ela moldava o barro, o gato estava “lavando a cara” com gestos exagerados e, achando engraçado, a velhinha resolveu moldar o bichinho com a pata levantada.
Um desconhecido ia passando em frente à casa, gostou e quis comprar a estatueta. A velhinha vendeu-a e finalmente comprou comida para ela e o gato. Assim, de barriga cheia, resolveu fazer outra estatueta para deixar como talismã da sorte. Porém, apareceu outra pessoa e comprou a segunda estatueta.
Quanto mais a velhinha fazia estatuetas, mais aparecia gente para comprá-las. Com isso, ela mudou de vida e nunca mais passou necessidade. E a estatueta da sorte passou a ser conhecida como Maneki-nekô.
Por fim, podemos ainda considerar que o gesto do maneki-nekô que parece ser um convite, pode ser apenas o gesto de um gato limpando seu rosto.
O gato é um animal tão sensitivo, que pressente a chegada de uma pessoa ou a aproximação de chuva. Essas mudanças em sua rotina o deixam inquieto e ele começa a dar voltas ou esfregar seu rosto, pois esse tipo de comportamento tranqüiliza-o. Mas para um ser humano isso pode ser interpretado como “se o gato esfrega seu rosto, é sinal de chuva ou de visita”. Essa pode ser uma das origens da lenda do maneki-nekô.

Fontes: Jornais Nippo Brasil e Aliança Cultural Brasil-Japão e seus respectivos sites.

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